Profissão: Professora
Estado Físico: Cansada.
Estado externo
corporal: Flácido, enrugado, rosto manchado pela linha do tempo, e pelo
estresse diário e acumulo de trabalho.
Socorro!
Clínica de estética
urgente! Tenho que fazer algo para disfarçar os traços visíveis do tempo que
estão firmados na minha experiência. Que medo, muito medo, tenho que salvar
minha juventude. Todo mundo “tem” que ser jovem, ou pelo menos me manter, para
continuar os traços tão presentes na profissão que é ser professor.
E agora, o que faço com
tanta responsabilidade? Preciso buscar novos conceitos e destrinchar os
labirintos da educação focando o máximo na redistribuição ligada as novas
experiências passadas de geração em geração, criando novos fios multidisciplinares,
nos fazendo únicos e ao mesmo tempo diferente, para reassumirmos nossa condição
de narradores que busca resgatar o respeito ao magistério e o desejo de uma
escola onde caibam todos independentes nas falas e não esperar que ninguém dite
regras a serem cumpridas.
Mas dentro disso tudo,
precisamos lutar e transformar em um tempo e espaço, trocando experiências,
criando relações amorosas e solidárias para podermos anunciar os novos tempos.
Mais como fazer isso tudo
com minha condição avançada de idade? Será que posso mesmo contribuir para a
nova escola, com um novo conceito de educação?
Respostas são muitas,
perguntas, ainda mais.
Mais o que precisamos
mesmo é um regime educacional capaz de alterar comportamentos e incluir valores
nos indivíduos, centralizando a profissão, que já foi muito valorizada e hoje
se perdeu num caminho de interpretações invariáveis e contrárias, numa
caracterização de um ser tão especial, dilatador de informações e exemplos pra
muitos.
Por isso tenho que me
manter firme e forte para agüentar tantas transformações num mundo onde cabem
todos, de tamanhos e formas diferentes, inclusive a minha, estetizada ou não.
Diante disso, o que vai
importar é o meu valorizar diante de tal enigma pressuposto pela minha tão
querida e desmascarada profissão. Sabendo que, se eu não dê o máximo de mim
para educação em que estou inserido, jamais poderei mudar pelo menos o meu próprio
“mundinho”.
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