Introdução
A Uma Ciência Pós Moderna
De Boaventura
de Souza santos
CAPÍTULO 1
DA
DOGMATIZAÇÃO A DESDOGMATIZAÇÃO DA CIÊNCIA MODERNA
A epistemologia da
ciência moderna e da técnica, ganha seu apogeu no período que acompanha a
emergência e consolidação da sociedade industrial.
A reflexão epistemológica
e a crise da ciência se distinguem em dois tipos de crise: as crises de
crescimento e as crises de degenerescência.
Segundo Piaget, as
crises de degenerescência são crises do paradigma, que atinge todas as
disciplinas.
Piaget também afirma
que epistemologia “é o estudo da constituição do conhecimento válido, em que o
termo ‘constituição’ abrange tanto as condições de acesso como as condições
propriamente constitutivas”. E reconhece que a epistemologia é um ramo
essencial da filosofia, que a uma tendência a separação.
Neste contexto a
epistemologia cientifica se se divide em duas concepções distintas: A do
conhecimento cientifico, que inclui a epistemologia interior da ciência, como
filosofia da ciência. Por outro lado as que se querem cientificar, as que se
entregam no sistema de ciência, não pelo seu objeto, mas pelo método.
O círculo de Viena,
e as ciências do positivismo, representa o apogeu da dogmatização da ciência.
Entre os seus movimentos mais importantes, distinguidos entre três vertentes:
- Dentro
do Círculo é o saber se as proposições básicas tem um estatuto de
cientificidade do conhecimento científico que procuram fundar.
- Jogo da linguagem (A luta contra a
tentação de procurar a linguagem).
- Estabelecer
como condição lógica das proposições científicas, a falsificabilidade, e
não verificabilidade.
A desconstrução
hermenêutica de Bachelard se constrói por duas razões principais:
- É a
construção lógica do processo cientifico;
- Representa
o máximo de consciência possível, de uma concepção da ciência, apostada na
defesa da autonomia e do acesso privilegiado à verdade do conhecimento
científico.
CAPÍTULO 2
CIÊNCIA E SENSO COMUM
Afirma Bachelard que a ciência se opõe absolutamente á opinião. Em
ciência, nada é dado, tudo se constrói. O senso comum, o conhecimento vulgar, a
sociologia espontânea, a experiência imediata, tudo isto são opiniões, formas
de conhecimento falso com que é preciso romper para que se torne possível o
conhecimento científico, racional e válido.
A ciência constrói-se contra o senso comum, dispondo-se de três atos
epistemológicos fundamentais: a ruptura, a construção e a constatação. O senso
comum é um conhecimento evidente que pensa o que existe tal como existe e cuja
função é ade reconciliar a todo custo a consciência comum com sigo mesma, um pensamento
conservador e fixista.
No domínio das ciências sociais, a ruptura epistemológica obedece ao
princípio: da reformulação ao nível da lógica da sociologia e do determinismo
metodológico que nenhuma ciência pode negar sem se negar ase próprio.
A ruptura epistemológica
bachelardiana interpreta com fidelidade o modelo de racionalidade que subjaz ao
paradigma da ciência moderna interpreta-o mais facilmente que as idealistas ou
empiristas que durante muito tempo mediram forças no campo epistemológico. O
paradigma da ciência moderna só é compreensível dentro dele contra o senso
comum e recusa as orientações para avida prática que dele decorem cuja forma de
conhecimento procede pela transformação da relação eu/tu em relação
sujeito/objeto.
Este paradigma pressupõe uma única forma de conhecimento válido, o
conhecimento científico, cuja validade reside na objetividade de que decorre a
separação entre teoria é prática, ciência e ética.
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA E HERMENÊUTICA!
Fala-se da
crítica elaborada entre o senso comum e a ciência propriamente dita. Não cabe
igualar a ciência filosófica ao conhecimento popular, ambos têm crucial
importância, porém, o que seria do mundo sem os estudos da ciência. Esta
separação implica na crítica social e no pensamento questionado do que é real.
Para que a ciência se desenvolva é preciso a crítica e o questionamento da
realidade. No entanto, a crítica por si precisa plasmar no processo de
transformação da realidade.
A questão do
unitarismo ou do dualismo epistemológico entre as ciências naturais e as
ciências sociais está desde o início marcado pela hegemonia da filosofia
positivista das ciências naturais. A construção da hegemonia das ciências
sociais está, dealgum modo, antecipada na epistemologia pragmática e na
concepção pragmática de verdade. A hegemonia das ciências sociais exprime-se
tão só em que os seus modelos herméticos serão cada vez mais usados pelas
próprias ciências naturais e, por isso, a aproximação entre os dois universos
científicos far-se-á no sentido das ciências sociais.
CAPÍTULO 4
METODOLOGIA E HERMENÊUTICA II
O capítulo fala sobre o discurso metodológico entre teoria e método,
que ocasionou o grande debate metodológico da ciência moderna para saber qual
participação na criação do conhecimento do sujeito, do objeto, da teoria e dos
fatos e da observação.
Trata também do contexto e argumentação onde a metodologia
racionalista é constituída por um avanço no aprofundamento da
consciênciacientífica moderna. A ciência se torna reflexiva entre a relação
sujeito-objeto, e é suspensa, e o sujeito epistêmico analisa a relação consigo
mesmo, diferentemente do sujeito empírico.
Entre as ciências naturais e a ciências sociais, a sociais é mais
complexo determinar estratos de sentido. As ciências sociais tem aceitado que
seus objetos reais sãosistema abertos, as ciências naturais e seus objetos são
sistemas fechados.
A retórica constitui uma longa tradição no pensamento ocidental, a
marginalização da retóricaa partir de DESCRTES, trata-se no discurso
metodológico, e é considerado falso tudo aquilo que é apenas provável. A teoria
da argumentação do discurso científico chama a atenção para a importância da
linguagem.
A concepção retórica da ciência
permite ainda chamar atenção para os elementos não cognitivos no discurso
científico, público ou privado. O paradigma da ciência moderna na sua
constituição positivista suprime o processo de conhecimento de todo elemento
cognitivo.
.
CAPÍTULO
5
A
SOCIOLOGIA DA CIÊNCIA E DUPLA RUPTURA EPISTEMOLÓGICA
A sociologia da ciência e dupla ruptura
epistemológica apresentam a sociologia da ciência como constituição recente. A
influente tradição dessa disciplina foi estabelecida por Robert Merton a partir
de 1942. Pode conceber a sociologia da ciência como um ramo da sociologia do
conhecimento. Na década de trinta e início de década de quarenta a posição
social das ciências nos EUA caracterizava-se ao nível interno, por uma reação
difusa de hostilidade contra a ciência e suas aplicações pela politização da
ciência levada a cabo pelo nacional-socialismo da Alemanha.
O desenvolvimento tecnológico do capitalismo
desencadeou a revolta das classes operárias girando um movimento social
humanitário anticiência. O interesse pela investigação da ciência a teoria de
Merton foi responsável pela problematização da área de pesquisa com interesse
social e político. A aplicação da ciência ressalta a sua ligação á máquina de
guerra.
Uma vez feita a ruptura epistemológica, o ato epistemologicamente
mais importante é a ruptura com a ruptura epistemológica. Criar um conhecimento
novo e autônomo deixa de ter sentido se entrar em confronto com o senso comum,
e se esse conhecimento não se destinar a transformar o senso comum e a
transformar-se nele. Distribuir equitativamente as competências argumentativas
supera os saberes por dentro interpenetrando- os com sentidos produzidos em
outros saberes locais e em cada um dos contextos de interação a cada momento
feitos, desfeitos e refeitos na nossa sociedade.
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