O presente texto objetiva expor reflexões a cerca do
processo de avaliação na escola, por meio da análise do primeiro capítulo do
livro Saberes e práticas da inclusão. O capítulo analisado destaca que a
avaliação vem sendo tradicionalmente utilizada como aferição, uma avaliação que
preza o medir, o pesar, o testar o saber do aluno, o que ele aprendeu e não aprendeu,
o que promovem e o que reprovam. Embora a pedagogia contemporânea defenda uma
concepção de avaliação escolar como um instrumento de emancipação, no cotidiano
de muitas escolas ainda prevalece, nas práticas avaliativas, uma ênfase nas
notas ou conceitos obtidos pelos alunos e não na sua aprendizagem significativa.
O uso dos resultados das avaliações encerra-se na obtenção e registros de
símbolos, do valor mensurável da aquisição de conhecimento, da aprendizagem do
aluno, atribuído pelo professor, encerrando-se aí o ato de avaliar. Esquece-se
que a aprendizagem não é palpável , ou
seja, não é um objeto que possamos pegá-lo, para medir ou pesar. As provas, exames,
não medem o que dizem que medem e não medem o quanto dizem que medem, porque o
conhecimento, por não ser palpável, é impossível de ser medido numa escala
numérica.
Diante disso, se faz urgente uma mudança neste tipo
avaliativo que ainda ocorre nas escolas, onde esta deve garantir aos alunos uma
avaliação justa e coerente, que respeite as diferenças proporcionando uma
aprendizagem verdadeira, para poder tornar-se uma instituição social, cumprindo
assim, o seu compromisso perante a sociedade. Nesse caso, a revisão de alguns
conceitos e o entendimento a cerca das funções da avaliação, se fazem
necessários durante todo o fazer pedagógico, já que a discussão sobre a
avaliação escolar está diretamente vinculada ao processo de ensino aprendizagem,
ou seja, a prática pedagógica do professor. Portanto, a avaliação na escola é um
recurso pedagógico plena- mente capaz e necessário para subsidiar o professor a
conduzir o processo pedagógico com
segurança , e ao aluno a demonstração do que aprendeu nas situações sociais
concretas. Avaliar exige do professor o
domínio de conhecimentos de técnicas adequadas , a utilização de critérios
claros e objetivos explicitados entre os sujeitos envolvidos no processo ensino
aprendizagem. A avaliação dos progressos dos alunos está intimamente ligada à
oferta educativa, nela incluídos os apoios que necessitam. É preciso considerar
durante a avaliação todas as aquisições do aluno, as conquistas que fez, o
desenvolvimento de suas habilidades, independentemente de que as tenha logrado
na escola ou fora dela
Avaliar, dessa maneira, é preciso, mas com outro
enfoque que não o de aferição. Avaliar para conhecer e compreender a dinâmica
existente entre todas as variáveis que circunscrevem o aluno, objetivando-se a
melhoria das respostas educativas. O momento de avaliar a aprendizagem do educando,
não deve ser o ponto de chegada, mas uma oportunidade de parar, refletir e
observar se o fazer pedagógico, se o processo ensino aprendizagem, se a
caminhada pedagógica, está ocorrendo com a qualidade previamente estabelecida.
A avaliação enquanto processo, tem como finalidade uma
tomada de posição, que direcionam as ações para a eliminação de barreiras que
dificultam a aprendizagem, sempre tendo o objetivo de avaliar para algo, com
referência a qualidade de ensino e para uma aprendizagem significativa. Assim a
avaliação deve ter sempre a
característica de processo, de um caminho e não de um lugar, porque implica
numa sequência contínua e permanente de apreciação e de análise de qualitativa;
evitando-se juízos de valor em termos de bom/mau, certo/errado, que
descaracterizam os objetivos a serem alcançados. Nesse contexto, como
educadores, precisamos ter um olhar atento para a nossa realidade , para uma
educação onde os conteúdos caminhem num sentido emancipatório e onde a
avaliação ultrapasse a função discriminatória, classificatória que vem assumindo ao longo do tempo e
engrossando as estatísticas de repetência e evasão.
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